Hoje irei mostrar para vocês o processo que uso para definir meus próximos aportes.
Comecemos do começo: o primeiro passo para definir o aporte é saber em qual categoria investir, assim, comparando minha alocação atual com a alocação-alvo nota-se que a maior diferença está na categoria 'ações', portanto este será o provável destino do meu aporte em fevereiro (a não ser que ocorram variações grandes nos preços).
Lembrando que eu tenho o objetivo de atingir entre 10 e 15 ativos na minha carteira de ações e que no momento tenho apenas 7, assim os próximos aportes não são definidos baseado no balanceamento das empresas que já tenho, mas sim em quais empresas eu quero passar a ter. Seguindo o 4º Princípio: Diversificação meu foco será em empresas de segmentos que eu ainda não possuo em carteira, de forma genérica tenho ações dos nichos: financeiro, seguradoras, bens de capital, saúde e elétrico. Meu objetivo foi selecionar 3 ações para aportar.
Com isso em mente realizei um pré-filtro nas ações da bolsa baseando-me no ranking de ações da Bastter.com pra quem não conhece a Bastter.com é um fórum sobre investimentos e qualidade de vida, os assinantes do fórum têm acesso ao ranking de ações definido a partir dos votos dos membros, de forma geral os votos se baseiam em critérios fundamentalistas (lucros consistentes, dívida equilibrada, líderes de setor, etc), então o ranking é um bom filtro inicial.
Assim, selecionei o top 100 do ranking da Bastter e eliminei as empresas que já possuo, bem como as de mesmo segmento delas, assim ficaram fora empresas do setor financeiro, saúde, produção de bens de capital, seguradoras e setor elétrico, também ficaram fora as empresas em que me recuso a investir por princípios (Vale e setor de educação por exemplo), foram eliminadas empresas com grande participação governamental e as secundárias no setor de atuação.
Este pré-filtro resultou em 10 companhias: Ambev, Localiza, Grendene, Lojas Renner, Metal Leve, M Dias Branco, Klabin, Linx, Natura e Wiz Soluções.
Como todas as empresas já passaram por um pré-filtro fundamentalista pode-se dizer que elas atendem aos critérios básicos de boa gestão, lucros consistentes (exceto para cíclicas como KLBN) e liquidez. Não irei me aprofundar nesta parte, mas é basicamente isso: boa liquidez, Tag Along e gestão consistente. Assim, definidas as empresas parti para uma análise de alguns indicadores que acho interessantes:
Indicadores de preço:
P/L = preço da ação / lucro por ação
P/L médio (5 anos) = média do P/L dos últimos 5 anos
Explicação: os indicadores de preço são importantes especialmente no curto prazo para comparar a relação preço/lucro atual da ação com a sua média histórica, com isso sabemos se a companhia está 'cara' ou 'barata' com relação aos seus próprios indicadores no passado. Comparar P/L de empresas muito diferentes entre si pode levar a erros, por isso é interessante comparar P/L dentro de um mesmo setor ou com a média histórica. Outro ponto importante: eu uso esses indicadores como uma precaução de curto prazo, pois se a empresa está com preço muito elevado há uma tendência de queda do preço no curto prazo e isto pode levar a erros por fatores psicológicos, no entanto, se a empresa é realmente boa o preço não deve ser um fator de grande relevância, no longo prazo os lucros irão crescer e com eles a cotação da empresa.
Indicadores de vantagens competitivas ou boa gestão
Lucros dos últimos 5 anos
Margem líquida = lucro líquido / receita
ROE (Return on Equity) = Lucro líquido/Patrimônio líquido
ROIC (Return on invested capital) = EBIT / Capital investido
Explicação: empresas com lucros consistentes e crescentes, margem líquida acima de 10% tendem a ser boas empresas, quanto mais alta a margem melhor, pois indica que a empresa tem espaço para redução de preços em momentos de crise e tem como 'se virar' no mercado, além disso, margens maiores que a concorrência são uma grande vantagem competitiva. O ROE e ROIC também são bons indicadores para avaliar vantagens competitivas, quanto mais elevados melhor (no caso do ROIC é importante saber o custo de capital da empresa [WACC], se este for muito alto o ROIC alto não necessariamente é algo bom).
Indicador de dívida balanceada:
Dívida líquida/EBIT
Explicação: dívida é o que quebra uma empresa, via de regra quanto menor ela for melhor. É claro que algumas empresas se endividam para crescer e isto é ok, desde que saibamos onde estamos entrando (empresas de commodities e do setor elétrico são exemplos típicos). O indicador citado acima é fundamental para saber em quantos anos a empresa conseguirá honrar sua dívidas de acordo com sua geração de caixa (EBIT), de forma geral é bom que este indicador esteja abaixo de 3 e quanto menor melhor.
Indicador de Opcionalidade:
Caixa disponível (analisado em conjunto com a dívida).
Explicação: com dinheiro em caixa e, partindo do pressuposto que a empresa é bem gerida, a empresa terá opcionalidade para investir seus recursos nas melhores oportunidades, isso é ainda mais importante em momentos de crise e de queda do mercado, as empresas perenes são aquelas que tem caixa para comprar concorrentes e se manter viva nos momentos de tensão, por isso gosto de olhar para esse indicador. É claro que Caixa alto com dívida não adianta muita coisa, por isso é importante analisar o Caixa em conjunto com a Dívida.
Com estes indicadores em mente coletei os dados das empresas em sites como o Fundamentei, Plataforma Pense Rico e a própria Bastter, resultando no seguinte:
Assim, selecionei o top 100 do ranking da Bastter e eliminei as empresas que já possuo, bem como as de mesmo segmento delas, assim ficaram fora empresas do setor financeiro, saúde, produção de bens de capital, seguradoras e setor elétrico, também ficaram fora as empresas em que me recuso a investir por princípios (Vale e setor de educação por exemplo), foram eliminadas empresas com grande participação governamental e as secundárias no setor de atuação.
Este pré-filtro resultou em 10 companhias: Ambev, Localiza, Grendene, Lojas Renner, Metal Leve, M Dias Branco, Klabin, Linx, Natura e Wiz Soluções.
Como todas as empresas já passaram por um pré-filtro fundamentalista pode-se dizer que elas atendem aos critérios básicos de boa gestão, lucros consistentes (exceto para cíclicas como KLBN) e liquidez. Não irei me aprofundar nesta parte, mas é basicamente isso: boa liquidez, Tag Along e gestão consistente. Assim, definidas as empresas parti para uma análise de alguns indicadores que acho interessantes:
Indicadores de preço:
P/L = preço da ação / lucro por ação
P/L médio (5 anos) = média do P/L dos últimos 5 anos
Explicação: os indicadores de preço são importantes especialmente no curto prazo para comparar a relação preço/lucro atual da ação com a sua média histórica, com isso sabemos se a companhia está 'cara' ou 'barata' com relação aos seus próprios indicadores no passado. Comparar P/L de empresas muito diferentes entre si pode levar a erros, por isso é interessante comparar P/L dentro de um mesmo setor ou com a média histórica. Outro ponto importante: eu uso esses indicadores como uma precaução de curto prazo, pois se a empresa está com preço muito elevado há uma tendência de queda do preço no curto prazo e isto pode levar a erros por fatores psicológicos, no entanto, se a empresa é realmente boa o preço não deve ser um fator de grande relevância, no longo prazo os lucros irão crescer e com eles a cotação da empresa.
Indicadores de vantagens competitivas ou boa gestão
Lucros dos últimos 5 anos
Margem líquida = lucro líquido / receita
ROE (Return on Equity) = Lucro líquido/Patrimônio líquido
ROIC (Return on invested capital) = EBIT / Capital investido
Explicação: empresas com lucros consistentes e crescentes, margem líquida acima de 10% tendem a ser boas empresas, quanto mais alta a margem melhor, pois indica que a empresa tem espaço para redução de preços em momentos de crise e tem como 'se virar' no mercado, além disso, margens maiores que a concorrência são uma grande vantagem competitiva. O ROE e ROIC também são bons indicadores para avaliar vantagens competitivas, quanto mais elevados melhor (no caso do ROIC é importante saber o custo de capital da empresa [WACC], se este for muito alto o ROIC alto não necessariamente é algo bom).
Indicador de dívida balanceada:
Dívida líquida/EBIT
Explicação: dívida é o que quebra uma empresa, via de regra quanto menor ela for melhor. É claro que algumas empresas se endividam para crescer e isto é ok, desde que saibamos onde estamos entrando (empresas de commodities e do setor elétrico são exemplos típicos). O indicador citado acima é fundamental para saber em quantos anos a empresa conseguirá honrar sua dívidas de acordo com sua geração de caixa (EBIT), de forma geral é bom que este indicador esteja abaixo de 3 e quanto menor melhor.
Indicador de Opcionalidade:
Caixa disponível (analisado em conjunto com a dívida).
Explicação: com dinheiro em caixa e, partindo do pressuposto que a empresa é bem gerida, a empresa terá opcionalidade para investir seus recursos nas melhores oportunidades, isso é ainda mais importante em momentos de crise e de queda do mercado, as empresas perenes são aquelas que tem caixa para comprar concorrentes e se manter viva nos momentos de tensão, por isso gosto de olhar para esse indicador. É claro que Caixa alto com dívida não adianta muita coisa, por isso é importante analisar o Caixa em conjunto com a Dívida.
Com estes indicadores em mente coletei os dados das empresas em sites como o Fundamentei, Plataforma Pense Rico e a própria Bastter, resultando no seguinte:
Fiz uma formatação condicional para melhorar a visualização:
VERDE = BOM
VERMELHO = RUIM/NÃO TÃO BOM
Comecemos eliminando as empresas de acordo com os critérios estabelecidos:
P/L elevado comparado à média: Natura, Linx e Localiza (RENT3)
Margem apertada: Klabin
Sobraram 6 empresas: ABEV3, MDIA3, GRDN3, LEVE3 LREN3 e WIZS3. Pela análise dos lucros decidi deixar de lado MDIA3 pela inconsistência mostrada recentemente, restando 5 empresas, das quais 3 seriam escolhidas. Neste ponto eu poderia optar por investir em qualquer uma delas, pois praticamente todas atendem aos meus critérios de seleção, assim, para este mês decidi investir em duas empresas muito bem consolidadas no mercado uma small cap:
ABEV3 - Caixa monstruoso e margem excelente
LREN3 - lucros MUITO consistentes, boa margem e Caixa
LEVE3 - Margem Líq, ROE, ROIC ótimos
Antes de realizar o aporte pesquisei um pouco mais a fundo os balanços e as empresas para garantir que estão de acordo com o que busco.
*Sei que a WIZS3 é a que mais chama a atenção de acordo com os indicadores que selecionei, mas ainda tenho um pé atrás com a WIZ pela vulnerabilidade da sua receita que é completamente atrelada à Caixa Econômica Federal.
Espero que tenha ficado claro o processo que usei para definir meu aporte e como escolhi em quais ações investir. Das empresas citadas praticamente todas são extremamente interessantes, creio que eventualmente irei adicionar boa parte delas à minha carteira, mas como os recursos são limitados é preciso dar uma peneirada. Espero ter ajudado quem busca conhecimento e sou todo ouvidos para críticas, quanto mais refinado for o processo, melhor.
FIRE Jovem
VERDE = BOM
VERMELHO = RUIM/NÃO TÃO BOM
Comecemos eliminando as empresas de acordo com os critérios estabelecidos:
P/L elevado comparado à média: Natura, Linx e Localiza (RENT3)
Margem apertada: Klabin
Sobraram 6 empresas: ABEV3, MDIA3, GRDN3, LEVE3 LREN3 e WIZS3. Pela análise dos lucros decidi deixar de lado MDIA3 pela inconsistência mostrada recentemente, restando 5 empresas, das quais 3 seriam escolhidas. Neste ponto eu poderia optar por investir em qualquer uma delas, pois praticamente todas atendem aos meus critérios de seleção, assim, para este mês decidi investir em duas empresas muito bem consolidadas no mercado uma small cap:
ABEV3 - Caixa monstruoso e margem excelente
LREN3 - lucros MUITO consistentes, boa margem e Caixa
LEVE3 - Margem Líq, ROE, ROIC ótimos
Antes de realizar o aporte pesquisei um pouco mais a fundo os balanços e as empresas para garantir que estão de acordo com o que busco.
*Sei que a WIZS3 é a que mais chama a atenção de acordo com os indicadores que selecionei, mas ainda tenho um pé atrás com a WIZ pela vulnerabilidade da sua receita que é completamente atrelada à Caixa Econômica Federal.
Espero que tenha ficado claro o processo que usei para definir meu aporte e como escolhi em quais ações investir. Das empresas citadas praticamente todas são extremamente interessantes, creio que eventualmente irei adicionar boa parte delas à minha carteira, mas como os recursos são limitados é preciso dar uma peneirada. Espero ter ajudado quem busca conhecimento e sou todo ouvidos para críticas, quanto mais refinado for o processo, melhor.
FIRE Jovem
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